Comporte, empresa que assumiu o metrô de BH vira caso de polícia
Estava agendada para o dia 11 de abril, uma reunião entre representantes da Comporte e o SINDIMETRO-MG, às 14h, na sede do Sindicato para tratar do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) que finda no fim deste mês; sobre as três demissões ocorridas por justa causa onde foi negado o direito de defesa aos trabalhadores; descumprimento de cláusulas do ACT como a garantia dos diretores do Sindicato de entrarem nos locais de trabalho para fiscalizar as condições de trabalho e conversar com os funcionários; Plano de Demissão Voluntária (PDV); desconto dos dias de greve, compensação ou abono; e cedidos (reintegrados/anistiados).
Os representantes da empresa não compareceram à reunião que havia sido marcada com bastante antecedência na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (STRE), com uma desculpa fajuta de que um representantes estaria viajando.
A diretoria do Sindicato foi para a sede da empresa conversar com alguns trabalhadores e tentar encontrar alguém do staff da empresa. Foi recebida com os portões fechados com cadeados e impedidos de entrar, tendo diretores que são daquele local de trabalho (a Administração). A polícia foi chamada várias vezes e não comparecia ao local. Como a assembleia seria as 17:30h, algumas companheiras da diretoria ficaram do lado de dentro da entrada e continuaram chamando a polícia.
Enquanto a assembleia acontecia, na Estação Central, o restante da diretoria presente na assembleia, foi avisada de que as companheiras seriam retiradas à força da portaria da Sede. Sendo assim, os diretores que estavam na assembleia e alguns companheiros se deslocaram para o local até que apareceu uma guarnição da Polícia Militar que registrou uma ocorrência contra a truculência da empresa e o descumprimento do ACT.
Infelizmente o governo Lula não ajudou em nada a categoria metroviária e concretizou a privatização do metrô de Belo Horizonte que prejudicará a população.
A situação é preocupante porque o ACT da categoria vence no dia 30 de abril, a pauta de reivindicação já foi entregue com bastante antecedência e nada de resposta ou negociação. Ao que tudo indica, a empresa pretende passar por cima do período de transição e de estabilidade de um ano conforme o edital e agir como a pior das ditaduras empresariais.
Nos locais de trabalho todos estão muito apreensivos e sob muita pressão. O Sindicato vai acionar novamente a STRE e ver o que pode ser feito. Além disso, ocorrerão assembleias setorizadas para conversar com os trabalhadores e mostrar que nem tudo está perdido, existe ainda esperança de uma saída menos danosa para a categoria. Mas para isso a mobilização deve continuar e ganhar força.
Nos próximos dias o Sindicato continuará dando informações a respeito de todos os trâmites tomados sobre a atitude desrespeitosa da empresa.