Diretoria do Sindimetro concede entrevista ao jornalista Carlos Viana da Rádio Itatiaia
Os diretores do sindicato participaram, ao vivo, do programa Plantão da Cidade e deixaram claro que são contra a Parceria Público Privada (PPP)
A diretoria do Sindicato dos Empregados em Transportes Metroviários e Conexos de Minas Gerais (SINDIMETRO-MG) foi convida pelo jornalista Carlos Viana da Rádio Itatiaia a conce
der, no dia 17 de setembro, uma entrevista na qual criticaram abertamente a proposta de privatização do metrô de Belo Horizonte feita pelo Governo Federal ao Governo de Minas Gerais. A entrevista foi ao ar, ao vivo, pelo programa Plantão da Cidade, ancorado pelo jornalista e contou com as participações do Secretário Geral do Sindimetro, Romeu José Machado Neto, e do Diretor de Administração e Finanças, Sérgio Leôncio.
Ao longo de quase 15 minutos, Romeu Machado, revelou que o Governo de Minas colocou algumas condições para assumir a gestão do metrô de Belo Horizonte, mas garantiu que, até o momento, nem os metroviários nem a população sabem ao certo o que está sendo negociado nos gabinetes de Brasília. “ Nós estamos percorrendo os gabinetes em Minas e em Brasília para antecipar o que está sendo discutido nesta proposta, ” afirma Romeu.
O diretor Sérgio Leôncio foi categórico ao revelar que a proposta prevê a transferência imediata da gestão do metrô da capital para uma empresa particular no modelo conhecido como Parceria Público Privada (PPP). “A gente entende que a PPP vai ser nociva à população e sabemos que é possível que o Governo Federal, via CBTU, faça a gestão do sistema. É preciso apenas que haja convergência entre os nossos políticos tanto na esfera municipal, estadual e federal”, avalia Leôncio.
Para Romeu, além de defender a categoria, função primordial do sindicato, o Sindimetro defende o metrô público, estatal e com tarifa social. Segundo o diretor, o modelo de gestão que está sendo proposto prevê que todos os recursos para o metrô, hoje na casa de R$ 3,5 bilhões, sejam feitos pelo Governo Federal por meio de investimentos ou de financiamentos. “ O governo investe e entrega um sistema bilionários para os empresários administrarem e lucrarem. Quem vai pagar esta conta é a população. Há quase 10 anos a tarifa do metrô não tem aumento. Com a privatização, ela sai imediatamente de R$1,80 para R$ 3,10”, garante.
Categoria está com quadro defasado
Questionado por Carlos Viana se o número de funcionários do metrô é suficiente para atender à demanda, o Romeu Machado afirmou que o quadro de funcionários da categoria está defasado há vários anos. “ Não existem concursos púbicos e agora com a desculpa da crise, o Governo Federal determinou que fossem feitos cortes até nos contratos terceirizados”, denunciou.
Novos trens em circulação
Romeu afirmou que parte da frota dos 10 trens novos trens do metrô da capital já está em circulação. São composições mais modernas, confortáveis com capacidade para transportar até 1300 passageiros. Todos os vagões são equipados com ar-condicionado, janelas e portas mais largas, circuito fechado de vídeo com câmera de segurança interna e externa, além de sonorização digital. “ Eles estão rodando gradativamente até porque para colocar todos os novos trens rodando ao mesmo tempo nós precisamos de outros investimentos”, avalia do diretor.