CONTRA O AUMENTO NO PREÇO DAS TARIFAS DO METRÔ
No dia 26 de junho, foi realizada em Brasília uma Audiência Pública convocada pelo Deputado Federal Rogério Corrêa para discutir, entre outros assuntos, os aumentos nos preços das tarifas onde a CBTU opera. O SINDIMETRO-MG e demais sindicatos de base CBTU participaram juntamente com a FENAMETRO e a CNTTL da Audiência, além da representação da empresa. O Sindicato disponibilizou dois ônibus para levar trabalhadores da categoria, movimentos sociais e movimento estudantil interessados na questão.
O presidente do SINDIMETRO-MG, Romeu Machado, abriu as intervenções reafirmando a posição do nosso Sindicato que é contrário ao aumento no preço das tarifas, porque defende a empresa estatal com uma tarifa social, e a política de aumentos significa excluir aqueles que mais precisam deste transporte público. Segundo ele, os trabalhadores metroferroviários que trabalham na linha de frente das estações já ouviram muitas vezes, mesmo com a tarifa de R$1,80 em Belo Horizonte, usuários com dificuldade de pagar essa tarifa. E mais, aumentar o preço das tarifas tem como objetivo principal a privatização do metrô. Poucos dias depois que foram anunciados os aumentos nos preços a CBTU e a Trensurb foram inseridas no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, com data para leilão no 1º semestre de 2022, mas pode ser antes. Portanto, a questão não são tarifas defasadas como vem se argumentando e jogando a responsabilidade nos governos anteriores, acontece que aqueles governos tinham uma política pública para as tarifas, e decidiram não aumentar os valores, foi uma decisão política visando ao atendimento da maioria da população que precisa do transporte público e que, por ser um serviço essencial não pode ser excludente.
O dinheiro que o governo gasta para subsidiar as tarifas é do povo que está pagando de outras formas. No entanto, a política do governo de hoje é de retirar os investimentos sociais para pagar juros da dívida pública.
O presidente do Sindicato ressaltou ainda que, retirando qualquer viés ideológico, o Brasil está indo na contramão da história em relação a outros países que privatizaram os seus metrôs e agora estão reestatizando porque continuaram a ter gastos ainda maiores depois de privatizados. Os serviços de transporte são similares aos de saúde e segurança, por exemplo, cobrar por ele é bem parecido por cobrar um atendimento em um posto de saúde ou pagar o policial que faz ronda no bairro. O transporte público está no rol da Constituição destes mesmos direitos sociais. A conta não fecha quando o Estado tem que cumprir sua função social no transporte público e o empreendimento privado que visa lucro. Transporte não é mercadoria, é direito. O Sindicato vai continuar organizando a luta por essa garantia.