Em audiência pública, metroviários rejeitam aumento da tarifa e privatização da CBTU
[Matéria do site da Fenametro: http://www.fenametro.org.br/noticias/em-audiencia-publica-metroviarios-rejeitam-aumento-da-tarifa-e-privatizacao-da-cbtu.html]
O aumento da tarifa foi amplamente rejeitado pela categoria, que denunciou a privatização da CBTU e também da Trensurb, que administra o metrô de Porto Alegre. Diversas intervenções enfatizaram que o transporte é um direito social e não pode ser tratado como mercadoria, e por isso deve ser mantido público e estatal.
Para o presidente do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais, Romeu José Machado Neto, o aumento da tarifa é impraticável, pois exclui quem mais precisa e torna o transporte inacessível para muitos trabalhadores e estudantes. Ele acredita que o aumento é para tornar a CBTU mais atrativa para iniciativa privada, e só tem objetivo, a privatização. “O que comprova isso é que poucos dias após o aumento da tarifa, a CBTU e a Trensurb foram colocadas para privatização, com data do leilão marcada”, disse.
Romeu ainda explicou que o Brasil está na contramão do resto do mundo, que a política privatista do sistema metroferroviário já foi revertida em diversos países, como a Inglaterra, que reestatizou o metrô após o fracasso da privatização.
Em Recife os metroviários também rejeitam o aumento da tarifa, e as dificuldades enfrentadas pela categoria e pela população foram relatadas por Luis Soares de Oliveira, vice-presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco. “O metrô de Recife se encontra sucateado, transportando muito mais passageiros do que comporta. Falta investimento, houve corte de 30% na verba de custeio, redução de 63 para 45 postos de segurança, além da demissão de diversos trabalhadores”, disse.
A privatização, o aumento da tarifa, e a precarização do trabalho não atingem apenas a CBTU, e Alda Lúcia Fernandes dos Santos, diretora da Fenametro e metroviária de Minas Gerais, reforçou que a luta é em defesa de todos sistemas metroferroviários, não apenas da CBTU e da Trensurb, como também do metrô de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal. “A Fenametro quer que essa Casa revogue o aumento, que faça com que CBTU e Trensurb retornem a tarifa social. Dizemos não a esse aumento, e sim ao investimento, a mais estações”, afirmou.
Alda ainda reafirmou o compromisso da Federação com a luta da categoria, e a defesa de um Metrô público, estatal e sem aumento de tarifa.