PROMESSA DE ZEMA É FURADA E ENGRAVATADOS DA METRÔBH COMEMORAM DEMISSÕES
A empresa privada divulga a redução drástica no número de funcionários do metrô de Belo Horizonte e Região Metropolitana
Foi divulgado, em evento recente da MetrôBH, o histórico do quadro de funcionários desde março de 2023, o início da privatização, até outubro de 2024. Em março de 2023, o sistema metroviário de Belo Horizonte e Região Metropolitana contava com 1.437 empregados e, atualmente, o quadro de efetivos possui 833 trabalhadores.
De início, foram cedidos 269 empregados. Chama a atenção o grande número de adesão aos Programa de Demissão Voluntária (PDV) e Plano de Demissão Consensual (PDC) - contabilizando 450 empregados desligados. Consequência da precarização das condições de trabalho incluindo a incidência do assédio moral de forma recorrente – aqui veementemente denunciados.
Após o PDV/PDC, o quadro de efetivos chegou a 704 funcionários. Na foto, a empresa adiciona mais 54 demissões e as caracteriza como “outros desligamentos” sem ao menos explicitar o teor - como se funcionários fossem máquinas passíveis de serem desligadas a bel-prazer e não trabalhadores que dependem do emprego para viver.
Em seguida, contam com novas 430 admissões, elevando o quadro de funcionários para 1.112. Fica a pergunta: diante de um trabalho essencial e específico, por que ceder a mão de obra já especializadas e contratar novos empregados?
Mais grave que a alta adesão ao PDV/PDC foi o plano de demissão em massa, iniciado em abril desse ano (2024). Após o fim do contrato de estabilidade, em março de 2024, a categoria metroferroviária perdeu, por ora, o direito ao emprego público. No bolo da demissão, a MetrôBH demitiu mães com filhos em idade escolar, funcionários PCDs (Pessoa com Deficiência) e empregados em período de pré-aposentadoria - descumprindo desonestamente o acordo assinado em reunião com o sindicato.
Assim, o quadro de funcionários efetivos, que era 1.112 antes das demissões, chegou em 833, pois, como divulga a empresa, 33 empregados estão afastados. O sindicato teve contato com alguns trabalhadores e trabalhadoras afastados, e a maioria sofrem de adoecimento mental devido ao trabalho exaustivo.
A promessa do governador Zema se mostrou uma mentira, pois a privatização do metrô não gerou mais empregos, pelo contrário. A redução drástica no número de funcionários do metrô ocasiona não somente a perda do emprego de centenas de trabalhadores mas também a piora do serviço prestados uma vez que funcionários estão sobrecarregados com o baixo efetivo para realizar suas tarefas. Hoje o sistema metroviário de Belo Horizonte e Região Metropolitana transporta 85 mil passageiros por dia, quando na época da CBTU, empresa pública, e tarifa social, o número de passageiros por dia chegou a 250 mil. Privatiza que melhora?
ATUAL LUTA
Vale dizer, em contrapartida, que ações pela reintegração da categoria caminham na justiça, tanto em ações individuais quanto coletivas e, felizmente, o resultado das sentenças estão sendo, até então, positivas. A categoria conta também com a tramitação, em caráter conclusivo na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), da PL 1.189/23, que determina que os ex-empregados da Eletrobras, bem como os metroviários de Minas Gerais, sejam reconduzidos para empresas estatais ou sociedades de economia mista, em cargos de mesma complexidade.