Audiência Pública, dia 12 de agosto, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais para discutir as consequências da possível privatização do metrô.
Com o claro objetivo de beneficiar os interesses privados em detrimento dos benefícios públicos, o atual governo federal, está imprimindo no Brasil um plano de privatização que é uma verdadeira entrega das principais estatais brasileiras, dentre elas a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).
A empresa foi criada com o objetivo de cumprir uma função social garantida na Constituição: o direito ao transporte essencial. Para tal ela deve continuar sendo uma empresa estatal estratégica para cumprir seus objetivos, e suas tarifas não poderiam ter o propósito de dar lucro ou mesmo de acumular capital, para viabilizar a expansão da rede ferroviária. No máximo deveria ter uma tarifa social, podendo até mesmo ser gratuito para seus usuários.
Os investimentos em infraestrutura numa rede ferroviária e seus equipamentos são altíssimos, e só com verbas governamentais é possível manter esse meio de transporte com benefícios à população. O setor privado, que visa lucros, é incapaz de manter os investimentos e ao mesmo tempo os benefícios públicos. Por isso antes de privatizar a CBTU em Belo Horizonte o governo está falando em um investimento na ordem de 2 bilhões de reais para, em seguida, entregar a empresa ao setor privado.
O SINDIMETRO-MG intensificou as conversas com os usuários desde que a tarifa saiu de R$1,80 e avança para os 5 reais, num breve espaço de 2 anos, ou seja, os brutais aumentos coincidem com o período em que o governo federal se propôs a privatizar a empresa, usando a esperta estratégia de seu desmembramento. Isso expõe mais uma vez a incompatibilidade entre os interesses da iniciativa privada e os benefícios públicos no setor.
Enquanto outros países pelo mundo discutem a gratuidade das tarifas dos seus metrôs, o governo brasileiro caminha na contramão no sentido de prejudicar o deslocamento de trabalhadores, hoje muito mais precarizados, além do grande número de desempregados, de se locomoverem de casa para o trabalho ou em busca dele ou até mesmo raras buscas por lazer.
A privatização da CBTU, portanto, não representa “só” a retirada de direitos e a demissão dos seus funcionários concursados, mas uma violência à mobilidade urbana. Por isso é tão fundamental a mobilização dos trabalhadores da empresa, como também da sociedade em defesa do metrô público e estatal de qualidade.
No dia 12 de agosto, às 9:30h, haverá uma audiência pública, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, por solicitação da Deputada Beatriz Cerqueira, para discutir as consequências de uma possível privatização do metrô para a população da grande BH. Em breve o sindicato divulgará o link do evento para que a categoria e todos os interessados participarem.